sábado, 12 de dezembro de 2009

" EaD" O Sucesso Depende de Você!


O grupo  cujo tema é " EaD" O Sucesso Depende de Você! abordou uma temática bastante especulativa e que nos dias atuais ainda traz muitas contradições  dos que fazem parte dos sistemas tecnologicos e educativos, e também dos que não se envolvem nessa nova ferramenta que propõe através de métodos educacionais o auxílio da facilitação e aprimoramento do seu sistema de ensino. Como forma de deixar nossa concepção acreditamos que como existem paradoxos tanto no sistema de ensino quanto nas ferramentas tecnológicas é preciso observar os bons resultados que esse maneira de promover o conhecimento consegue contribuir com seu papel de relação, e não apenas evitar que essas duas metodologias não andem juntas porque nos envolvemos no "achismo".

domingo, 29 de novembro de 2009

A TECNOLOGIA NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL

Uma técnica não se converte em uma ferramenta até que a saiba manejar e lhe aplicar a criatividade, a imaginação e o saber.

A M. Dugud (1981)

      O conhecimento compreendido como produção histórica próprio das relações sociais, sistematizado e entendido como processo sócio-cultural, oferece uma concepção de que as tecnologias são sínteses produzidas nos diferentes momentos históricos da sociedade.
      O conhecimento é um bem social – patrimônio cultural coletivo da humanidade – o homem se humaniza a partir da apropriação destes saberes que se dá através das diferentes linguagens, que são formas simbólicas de mediação materializadas nas interações sócio-culturais. A linguagem a que nos referimos, constitui-se como instrumento mediador em um processo histórico-cultural, tendo como função a organização do pensamento e a formação da consciência. Nesta perspectiva, Vygotsky (1984) afirma que a palavra é o microcosmos da consciência.
      A tecnologia entendida como uma das linguagens a que o homem se utiliza enquanto comunicação é também uma construção social a qual se realiza e se amplia historicamente, servindo para a transformação das relações sócio-econômicas e culturais.
      Segundo Marx, “a tecnologia revela o modo de proceder do homem com a natureza, o processo imediato de produção de sua vida material e assim elucida as condições de sua vida social e as concepções mentais que dela decorrem” (Marx, apud Ruy Gama, 1987, p. 208).
       As produções tecnológicas que antecedem a Revolução Industrial, partindo da pré-história, onde o homem inventou os primeiros instrumentos, eram empíricas – surgiram da prática cotidiana – relativamente simples. A maioria das pessoas detinham o conhecimento que estava incorporado a elas, pois as mesmas baseavam-se em conhecimentos, habilidades e matérias primas locais uma vez que o contato e a comunicação entre diferentes culturas quando existiam, eram precárias.
      A expansão das atividades de navegação e comércio, em especial a partir do século XV, o movimento de formação dos estados nacionais europeu, a reforma religiosa, o iluminismo, o renascimento, são fenômenos que vão criar condições materiais para a Revolução Industrial.17
Esta conjuntura acarretou para parte da Europa, expandindo-se para todo o ocidente, uma mudança conceitual de homem, relações sociais e de trabalho, que determinaram uma nova forma de pensar a educação. A reorganização da produção agora no capitalismo, transfere a base da economia centralizada na produção rural para a urbana industrial. Esta base material cria novas relações sociais consolidando o ideário liberal. O crescente aproveitamento dos conhecimentos científicos aplicados para produzir máquinas, como por exemplo, a máquina a vapor, contribuiu de forma significativa para o primeiro momento da industrialização.
      Daquele período aos dias atuais, o desenvolvimento do conhecimento científico tem contribuído para colocar em novas bases o modo de pensar e produzir inovações tecnológicas. Nesse sentido faz-se necessário refletir sobre as formas de ensinar e sobre a produção de materiais para uma educação comprometida com a superação das desigualdades, conflitos e contradições postas na sociedade, sem perder de vista a diversidade cultural. Por isso, é importante o aprofundamento das discussões sobre mudanças significativas, produzidas nas relações sociais, em cima das quais os indivíduos constróem sua subjetividade, sua capacidade de organização e entendimento destas relações, sua visão de mundo e sua cidadania.
      Contudo, o processo intelectual não é meramente subjetivo, pois este constroe-se nas mediações sociais em contexto sócio-econômico e histórico cultural concretos, daí a importância de termos claro o potencial metodológico que as inovações tecnológicas da atualidade apresentam e entendê-las como mediações instrumentais18, materializadas neste momento histórico.
      Desta forma, o uso das tecnologias na educação proporcionam novas relações de trabalho pedagógico que através da mediatização19 do professor oportuniza melhoria da qualidade social da educação.

A APROPRIAÇÃO DA TECNOLOGIA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

      Qualquer orientação que venha a se colocar para o trabalho junto aos alunos, ainda que eventualmente trate de aspectos específicos como, por exemplo, o uso de vídeo ou de computador, deverá ser coerente com a concepção já estabelecido para o conjunto da Proposta Curricular/SC De acordo com tal ponto de vista, as atividades mentais determinadas pelas relações sociais, implicam na compreensão de que o processo de apropriação do conhecimento ocorre ao mesmo tempo20 em que os sujeitos desenvolvem-se culturalmente. “O processo inovador expressa a capacidade do homem em transformar a natureza por meio do trabalho; a mudança tecnológica é a exteriorização desta potencialidade” (KATZ, 1995, p. 9).
      Desenvolver o Projeto Político Pedagógico, na perspectiva da Proposta Curricular, no contexto da segunda metade da década de noventa, pressupõe a incorporação das novas tecnologias como mediadoras instrumentais na construção da práxis pedagógica. Isto implica numa postura não neutra ou apolítica, de não fetichização da tecnologia, mas sim numa compreensão do seu processo histórico de produção, através da atividade de trabalho.
      Portanto, buscar o conhecimento através destas mediações instrumentais, materializadas nas tecnologias, requer uma forma de trabalho coletivo na busca da unidade-totalidade do conhecimento, no fazer pedagógico. Ao contrário do que ocorre na produção capitalista, onde a técnica está somente a serviço da reprodução do capital, as tecnologias no trabalho pedagógico devem estar a serviço da não competitividade mas de um trabalho solidário, de uma prática coletiva interdisciplinar com qualidade social, na perspectiva da transformação da sociedade.
      Ao apontarmos nesta direção como uma orientação geral para a interação com a tecnologia, estamos querendo dizer que é necessário segundo Litwin, (1997, p. 33):

... encontrar, na tarefa docente cotidiana, um sentido para a tecnologia, um para quê. Este “para quê” tem conexão com o verbo tictein, com a idéia de criação, de dar à luz, de produzir. Como docentes buscamos que os alunos construam os conhecimentos nas diferentes disciplinas, conceitualizem, participem nos processos de negociação e de recriação de significados de nossa cultura, entendam os modos de pensar e de pesquisar das diferentes disciplinas, participem de forma ativa e crítica na reelaboração pessoal e grupal da cultura, opinem com fundamentações que rompoam com o senso comum, debatam com seus companheiros argumentando e contra-argumentando, elaborem produções de índole diversa: um conto, uma enquete, um mapa conceitual, um resumo, um quadro estatístico, um programa de rádio, um jornal escolar, um vídeo, um software, uma exposição fotográfica, etc.

      Para que não sejamos acusados de ingenuidade, necessário se faz entender a educação enquanto dependente de uma sociedade marcada por interesses antagônicos, onde nem sempre há convergência sobre a necessidade de um processo educativo voltado para a construção de uma cidadania crítica, dificultando com isto, a concretização de tal propósito. Nem sempre se trata apenas de ter uma boa proposta, pois emboradesfrutemos de uma autonomia relativa no espaço escolar, existem condições objetivas que insistem em desarticular até, às vezes, diretrizes políticas declaradas em programas e projetos educacionais. Assim, a consecução de uma proposta não é apenas questão de boa vontade, mas também de muita organização e luta em prol das diretrizes que consideramos as válidas em nossa concepção política e ética.
      Vale dizer que a compreensão do binômio Educação e Tecnologia significa ter clareza que de nada adianta termos em nossas mãos a última geração de determinados artefatos tecnológicos, mas sim, ter no profissional da educação o principal ator no processo ensino-aprendizagem. Se ele deve ser problematizador, mediador, inventivo, transformador dos conhecimentos científico, histórico e culturalmente produzidos pela humanidade, deve-se também reconhecer que entre outras necessidades a capacitação deste profissional, que é agente de mudanças, tornem-se prioridades para que os objetivos educacionais sejam devidamente alcançados.
       É fundamental que a escola, o professor e o aluno, tenham clareza de quais são os fins ou os motivos21 da atividade de ensino e de aprendizagem, contextualizem seus objetivos, definam as ações e procedimentos necessários para a consecução desses fins e considerem os objetos ou recursos disponíveis (tecnologias) para o trabalho escolar, partindo de uma análise crítica da realidade, criando condições para a formação da consciência crítica comprometida com a transformação da sociedade.

Referencias

ACESSO: Revista de informação e informática/Centro de Informática Educacional, Fundação para o desenvolvimento da educação - Ano 1 nº 2 (jul /dez. 1988) - São Paulo: FDE, 1988

ACESSO: Revista de informação e informática/Centro de Informática Educacional, Fundação para o desenvolvimento da Educação - Ano 4 (dez. 1993) - São Paulo: FDE, 1993.

KAWAMURA, Lili. Novas tecnologias e educação. São Paulo: Editora Ática, 1990.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. O futuro pensamento na era da informática. Rio de Janeiro, Editora 34, 1993.

LIGUORI, Laura M. As novas tecnologias da informação e da comunicação no campo dos velhos problemas e desafios educacionais. 1995

LION, Carina Gabriela. Mitos e Realidades na Tecnologia Educacional. In Tecnologia educacional - Edith Litwin (org) 1995.

RATTER, Henrique. Informática e sociedade. São Paulo; Editora Brasiliense. 1985.

SOARES, Ismar de Oliveira “A Comunicação Social no Currículo de 1º e 2º Graus.” In: IDÉIAS, nº 9 – São Paulo: FDE

TOFFLER, Alvin. A terceira onda. (Tradução João Távora) 14ª edição. Rio de Janeiro: Distribuidora Record de Serviços de Imprensa S. A., 1980.

VYGOTSKY, L.S A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. S.P.,Martins Fontes1989, cap. 6.
___________, Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fonte, 1984

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Tecnologia e o seu uso na Educação Inclusiva

Nos dias atuais a importância da tecnologia na área da educação é muito discutida, mas quando falamos de educação especial ela se torna quase obrigatória, uma vez que muitas pessoas dependem desse meio para ter acesso ao aprendizado e adquirir as competências básicas que são de direito de todo cidadão. Aliar tecnologia à educação especial é garantir o direito de acesso ao conhecimento, dando ao indivíduo uma chance de mostrar seu potencial como qualquer cidadão considerado 'normal' perante a sociedade.




1.Introdução

Hoje em dia muito se tem falado sobre Educação Especial, Inclusão Digital e outros termos que fazem do computador importante ferramenta de auxílio no aprendizado de muitas pessoas com necessidades especiais. Essa ferramenta desde que bem utilizada poderá trazer evoluções consideráveis. O uso desta nova tecnologia nas escolas constitui-se um verdadeiro laboratório, onde se desenvolvem experiências e observam-se reações e resultados. De acordo com Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade "No campo da Educação Especial quando falamos de 'inovações' estamos apenas apontando o que de ferramentas visíveis estão em uso junto ao educando com necessidades especiais" [1]. Não percebemos, muitas vezes, que atrás de tudo isso possui também outros tipos de tecnologias e aparatos tecnológicos que auxiliam o educando no processo de aprendizagem. Alguns métodos utilizados na transmissão de conhecimento, obviamente nunca serão deixados de lado, como antigos inventos encontramos a lousa, o giz, o apagador. Mais para muitas pessoas utilizar métodos como esses citados, torna-se extremamente impossível, pois possuem necessidades que apenas a tecnologia de ponta poderá auxiliar, sendo assim a introdução do computador e ou da tecnologia da informação na sala de aula para Educação Especial tornou-se uma saída tecnologicamente necessária. A idéia de resolver esse 'problema' dando ao aluno o direito de participar, de aprender e ter uma convivência educacional como qualquer outra pessoa, fez com que muitos órgãos e empresas de Tecnologias da Informação investissem em estudo e desenvolvimento de programas de assistência às pessoas especiais. Vemos que a preocupação em ensinar e aprender, é cada vez mais crescente, com esse empenho poderemos quebrar todas as barreiras, levando educação e conhecimento para todos, não importando o grau de necessidade especial, mais sim a constante "sede" de aprender.

2. Estudantes Especiais

Muitos cuidados são tidos com pessoas portadoras de necessidades especiais (temporários ou passageiros) entre eles destacam-se: a preparação de docentes para que possam compreender e assim transmitir o conhecimento de forma mais natural; e o investimento em tecnologia especializada, aliando dessa forma o ser humano e a máquina para juntos desenvolverem trabalhos e estudos quebrando barreiras até então encontradas. Na realidade encontram-se também alguns alunos que necessitam de um atendimento especial, mais de um outro nível ou uma outra forma. Existem os estudantes considerados normais perante uma sociedade que ostenta um "padrão" intelectual. Dentro desse universo "padronizado" há os que não se enquadram perfeitamente nessa denominação, que são os chamados alunos especiais. Mais a expressão "ter um aluno especial" não quer dizer necessariamente que seja uma pessoa deficiente física, ou mental. Existem então os alunos considerados lentos (vagarosos) e os considerados rápidos (dotados), o atendimento adotado a esses alunos, em especial, muitas vezes são repelidos pelo público e apontados como "antidemocrático" [2], mais esse apontamento já não acontece com os deficientes físicos, pois a sociedade normalmente acredita naquilo que vê, no que algo físico, sendo assim não compreende muitas vezes uma criança ou um adulto que possui leve insuficiência auditiva ou baixo poder de assimilar conhecimentos. Diante desta realidade os desenvolvedores de tecnologia devem estar atentos para que todas as pessoas especiais – por leves que sejam seus problemas - sejam atendidas, e com isso trazendo e mostrando à sociedade uma forma justa de colaboração, eliminando todo tipo de discriminação que possa ser gerado dentro do grupo.

3. O computador na sala de aula

A importância da tecnologia aliada ao ensino seja presencial, seja à distância, é inquestionável, uma vez que auxilia muito no processo ensinar-aprender. Quando falamos em educação especial e em deficiência física, essa afirmação torna-se ainda mais importante e necessária, visto que grande parte das pessoas portadoras de deficiências dependem da tecnologia para poderem realizar suas tarefas. A palavra Inclusão Digital nunca foi tão citada como hoje em dia. Governos e Organizações Não Governamentais estão cada vez mais empenhados em distribuir oportunidades de acesso à tecnologia. Mas não nos iludamos, pois embora estejam empenhados, essa é uma luta constante e trabalhosa. Vale lembrar também que não é o uso do computador que fará que todos os objetivos almejados sejam alcançados, é antes de tudo uma postura educacional. É o profissional do ensino trabalhando como um facilitador e criador de condições para que esses objetivos sejam alcançados. Outro fator vem à tona então: o educador.

Então além de termos computadores de última geração, softwares capazes de tornar o ensino especial mais prático e didático, é necessário um material humano devidamente preparado para operá-lo e dar o suporte necessário ao educando especial.

O mesmo deverá receber também uma constante reciclagem para que suas habilidades estejam sempre à disposição da melhor forma possível ao educando. Não esquecendo, é claro, da reciclagem que além da atualização tecnológica serviria também como uma injeção de ânimo e motivação para que o educador esteja sempre apto a desenvolver sua função da melhor forma possível.

Diante desses fatores podemos observar alguns objetivos a serem alcançados com o uso do computador na sala de aula:

-Aumentar a auto-estima e autonomia do educando;

-Fazer com que ele experimente o sucesso;

-Mostrar que com o erro é uma etapa necessária para o aprendizado;

-Auxiliar o desenvolvimento cognitivo;

-Acompanhar o aprendizado respeitando os limites de cada educando;

-Demonstrar a importância do trabalho coletivo

-Desenvolver linguagem, leitura, raciocínio e atitudes

Vale ressaltar que esses objetivos foram elaborados sob um referencial psicopedagógico, onde analisa o educando de uma forma global em suas múltiplas facetas [3].

4. Mais tecnologia, menos limites

Com o grande avanço da Tecnologia, as barreiras que delimitam espaços geográficos e também limites físicos estão sendo quebrados e deixados para trás. O ser humano seja trabalhando ou estudando, está tendo um novo conceito sobre limites. O ensino à distância é um exemplo claro do avanço tecnológico. Videoconferências são comuns hoje em dia em escolas (para professores), empresas e outros locais que necessitem de reuniões dinâmicas, rápidas e com grande participação dos membros (que antes não seria possível pela distância). Se não fosse esse aparato tecnológico nossa realidade hoje, seria diferente. Temos consciência, é obvio, que ninguém vive (ainda) num mundo dominado pela tecnologia, como naquele desenho da família Jetson [4], onde basta pedir algo para um robô que ele atende. Nosso mundo é de pessoas que buscam a cada dia encurtar as distâncias, e quebrar os limites. O mais importante é que não são quebradas apenas as barreiras geográficas e as barreiras que existem entre uma pessoa deficiente e o aprendizado especial, mas também as barreiras de preconceito. A Tecnologia definitivamente pode ajudar muito no processo de aprendizado, pois dá condições necessárias para o educando. A internet também soma como um fator positivo na 'distribuição de conhecimentos', uma vez que pode ser acessada de qualquer ponto a qualquer hora. Ronaldo Correa Jr., de Recife, diz em seu site que "a Internet é o único espaço em que a minha normalidade é evidente. Lá eu posso ser eu mesmo, independentemente do que meu corpo é capaz de fazer. Ter acesso ao mundo todo pela tela do computador melhorou muitíssimo minha qualidade de vida..." [5]. Com paralisia cerebral e quadriplegia Ronaldo mantém contato com seus amigos digitando textos com os dedos dos pés e também aproveita para estudar por conta própria muitas matérias. Esse é um exemplo real de como as barreiras podem ser quebradas com o avanço tecnológico.

Podemos concluir que diante dos fatos do dia a dia, o uso da Tecnologia na Educação Especial é além de importante, necessário. Investir em estudos ou projetos nessa área é antes de tudo garantir que o direito básico à educação seja cumprido, sem nenhum tipo de discriminação, como diz o Artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos: "1. Todo homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito[...]"[6].

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se afirmar que a educação especial e tecnologia podem caminhar lado a lado e rumo ao mesmo objetivo: A inclusão. E que trabalhando com a tecnologia correta para cada caso, pode-se diminuir a exclusão e mostrar ao mundo que não são apenas padrões físicos que devem ser levados em conta, mais sim éticos, morais e intelectuais.

Uma pessoa portadora de deficiência pode realizar muitas tarefas, só que para isso muitas vezes necessitará de uma ferramenta, a tecnologia. Portanto não importa como você faz algo, mais sim o que faz e como supera as dificuldades.

6. REFERÊNCIAS

[1] DEFNET. Disponível em: . Acesso em: 10 de junho de 2006.

[2] SAWREY, J. M. e Telford, C. W. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: AO LIVRO TÉCNICO, 1969.

[3]QUAL A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E INFORMÁTICA?. Disponível em: . Acesso em: 10 de junho de 2006.

[4] CARTOON NETWORK. Disponível em: . Acesso em 01/07/2006

[5] DEDOS DOS PÉS. Disponível em: . Acesso em: 10 de junho de 2006.

[6] ROCHA, R. e ROTH, O. Declaração Universal dos Direitos Humanos. São Paulo: SALAMANDRA, 2003.

* Discente da FATEC – Faculdade de Tecnologia de Ourinhos-SP

A INCLUSÃO DIGITAL

Estamos caminhando para uma nova fase de convergência e integração das mídias: tudo começa a integrar-se, a falar com tudo e com todos. Tudo pode ser divulgado em alguma mídia. Todos podem ser produtores e consumidores de informação. A digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados. O mundo físico se reproduz em plataformas digitais e todos os serviços começam a ter a possibilidade de serem realizados física ou virtualmente. Há um diálogo crescente, muito novo e rico, entre o mundo físico e o chamado mundo digital, com suas múltiplas atividades de pesquisa, lazer, de relacionamento e outros serviços. além disso, há possibilidades de integração entre ambos que impactam profudamente na educação escolar e nas formas de ensinar e aprender a que estamos habituados.


As mudanças que estão acontecendo na sociedade, mediadas pelas tecnologias em rede, são de tal magnitude que implicam - a médio prazo - em reinventar a educação como um todo, em todos os níveis e de todas as formas.


O problema do Brasil não é principalmente tecnológico, mas de dedigualdade estrutural. O mercado não resolve a desigualdade social, não inclui os mais pobres. As tecnologias não chegam a todos por igual. Por isso são importantes as políticas públicas de inclusão. O programa governamental de um computador por aluno propõe a que todas as escolas públicas, nos próximos anos, estejam plenamente conectadas com redes sem fio e que todos os professores e alunos tenham seu computador pessoal. Junto com isso haverá capacitação para que os professores transformem as aulas em atividades de pesquisa e de colaboração, para que sejam mediadores mais do que informadores. Só as tecnologias não mudam a educação, mas elas são importantes para flexibilizar o currículo, as metodologias, para focar mais a aprendizagem e o aluno do que o ensino convencional.


Além da inclusão digital precisamos da inclusão afetiva e também da ética. Na primeira, acolhem-se os alunos, valorizando-os, dando-lhes força, esperança, entusiasmo. Alunos motivados vão mais longe, caminham com mais autonomia. A afetividade é um componente fundamental pedagógico e contribui decisivamente para o sucesso pessoal e grupal. Na segunda, como vivemos em uma sociedade que valoriza muito a aparência - no sentido corporal e na representação de papéis - é necessário termos educadores que mostrem coerência entre o que ensinam e praticam, que se apresentem como seres em crescimento, com contradições, com acolhimento e incentivo. Num mundo de tanto "faz de conta", de tantas aparências e de tantas mentiras, educar dentro da verdade e da coerência já é uma grande inovação. A preocupação excessiva com a aparência, seja física ou social, mostra a dificuldade de mudar valores que nos ajudariam a crescer mais, porém que contrariam interesses, negócios. O glamour que atribuímos a qualquer pessoa só pelo fato de aparecer na televisão mostra quanto a educação ainda precisa avançar.


A educação tem um papel político fundamental: mostrar a todos que podemos mudar esse estado de coisas que está aí, essa banalização das aparências, do consumo, da mentira e da enganação descarada de muitos grupos, que dificulta sobremaneira a credibilidade das propostas educativas cidadãs.


As tecnologias não são o centro da mudança educacional, mas estamos num período fundamental de inclusão de todos no processo de ensino e aprendizagem: gestores, professores, alunos, funcionários e comunidade. As tecnologias evoluem muito mais rapidamente do que a cultura. Esta implica em padrões, repetição, consolidação e a cultura educacional, também. As tecnologias permitem mudanças que praticamente permanecem inexploradas pela inércia da cultura tradicional, pelo medo, pelos valores consolidados. Por isso sempre haverá um distanciamento entre as possibilidades e a realidade. O ser humano avança com inúmeras contradições, muito mais devagar do que os costumes, hábitos, valores. Intelectualmente também avançamos muito mais do que nas práticas. Há sempre um distanciamento grande entre o desejo e a ação. Apesar de tudo, está se construindo uma outra sociedade, que em uma ou duas décadas será muito diferente da que vivemos até agora.


Mesmo com tecnologias de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento das emoções, tanto no aspecto pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos educadores, gestores e alunos maduros intelectualmente, emocionalmente e eticamente. Pessoas curiosas, interessantes, entusiasmadas, abertas e confiáveis, que saibam motivar e dialogar; pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele sempre saímos enriquecidos. E isso não depende só de tecnologias, mas de programas estruturais que valorizem os educadores na formação e no exercício efetivo da profissão, com condições dignas, fazendo com que eles se sintam importantes. As tecnologias são parte de um processo muito mais rico e complexo, que é gostar de aprender e de ajudar a outros que aprendam numa sociedade em profunda transformação.


Quanto mais tecnologias avançadas, mais a educação precisa de pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas. São muitas informações, visões, novidades. A sociedade torna-se cada vez mais complexa, pluralista e exige pessoas abertas, criativas, inovadoras, confiáveis. O que faz a diferença no avanço dos países é a qualificação das pessoas. Encontraremos na educação novos caminhos de integração do humano e do tecnológico; do racional, sensorial, emocional e do ético; do presencial e do virtual; da escola, do trabalho e da vida em todas as suas dimensões.



Reportagem de JOSÉ MANUEL MORAN, Professor de Novas Tecnologias na USP;
Diretor Acadêmico da Faculdade Sumaré-SP.

Fonte: REVISTA APRENDIZAGEM- MARÇO/ABRIL - 2008
http//www.editoramelo.com.br




Tecnologia na Educação

A Tecnologia na Educação requer um olhar mais abrangente, envolvendo novas formas de ensinar e de aprender condizentes com o paradigma da sociedade do conhecimento, o qual se caracteriza pelos princípios da diversidade, da integração e da complexidade.

O compromisso com as questões educacionais tem sido ampliado, através das várias formas de organização, incluindo aquelas que fazem uso da tecnologia para superar os limites de espaços e tempos, de modo a propiciar que as pessoas de diferentes idades, classes sociais e regiões tenham acesso à informação e possam vivenciar diversas maneiras de representar o conhecimento.

Esta amplitude de possibilidades - quando pautada em princípios que privilegiam a construção do conhecimento, o aprendizado significativo, interdisciplinar e integrador do pensamento racional, estético, ético e humanista - requer dos profissionais novas competências e atitudes para desenvolver uma pedagogia relacional: isto implica criar e recriar estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional.

Por outro lado, não se pode deixar de conhecer e de tratar as questões específicas destas possibilidades e suas inter-relações. Este nível de compreensão é que dá mobilidade para o profissional lidar com o inusitado de forma criativa, reflexiva, crítica e construtiva, rompendo com isso a aplicação de soluções prontas ou práticas padronizadas. Tais soluções e práticas não encontram eco no paradigma atual, no qual se torna evidente a necessidade de integração entre a gestão administrativa e a gestão da sala de aula, dos recursos tecnológicos e das áreas de conhecimento. O pensamento-ação exigido precisa considerar o movimento e a articulação entre o individual e coletivo, parte e todo, processo e produto, teoria e prática, ensino e aprendizagem.

O foco desta série de cinco programas, que será apresentada no Programa Salto para o Futuro/TV Escola de 23 a 27 de setembro, é retratar a abrangência do uso da tecnologia no âmbito da educação, considerando a diversidade de formas de aprender e de ensinar. Ao mesmo tempo, cada programa dará ênfase nas questões particulares constituintes do seu universo, visando com isto propiciar aos participantes momentos de indagações e de aprofundamento acerca dos temas abordados.

encontre mais sobre esse assunto no site: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/te/te0.htm